A cosmogonia de Heliópolis, também conhecida como a criação do mundo de acordo com a mitologia egípcia antiga, é uma narrativa que descreve como o universo e a ordem cósmica foram estabelecidos a partir do caos primordial. Heliópolis, conhecida como "Iunu" em egípcio antigo e "On" em grego, era uma das cidades mais importantes do Antigo Egito e desempenhou um papel fundamental na mitologia egípcia.
A cosmogonia de Heliópolis está intimamente associada ao deus sol, Ra (ou Re), que era adorado como o criador supremo e o governante dos deuses. De acordo com essa cosmogonia, o mundo surgiu a partir do Nun, um oceano primordial de caos e escuridão. Ra emergiu do Nun como um ovo cósmico ou uma flor de lótus, dependendo da versão da história. Essa forma primordial de Ra continha todos os elementos necessários para criar o universo.
Ra, após sua auto-criação, gerou outros deuses por meio de seu pensamento e poder. Os três deuses mais importantes que surgiram deste processo foram Shu (a personificação do ar), Tefnut (a personificação da umidade), e Geb (a personificação da terra). Shu e Tefnut eventualmente deram origem a Nut (a personificação do céu) e Geb. Nut e Geb, por sua vez, deram à luz os deuses Osíris, Ísis, Seth e Néftis.
A cosmogonia de Heliópolis também inclui uma história importante relacionada à criação da humanidade. De acordo com essa narrativa, a humanidade foi criada por Ra como um ato de benevolência. Ele enviou sua filha, a deusa Hathor, para a Terra para exterminar a humanidade por sua desobediência. No entanto, Ra se arrependeu dessa decisão e, para evitar a destruição total da humanidade, enganou Hathor transformando cerveja em sangue. Hathor bebeu a "sangrenta" cerveja e ficou embriagada, poupando assim a humanidade.
A cosmogonia de Heliópolis desempenhou um papel significativo na religião egípcia antiga, influenciando a forma como os egípcios viam o mundo e a ordem cósmica. Ela também contribuiu para a adoração de Ra como o deus supremo, e Heliópolis foi um importante centro religioso onde o culto a Ra era particularmente proeminente.
É importante observar que a mitologia egípcia tinha várias versões regionais e locais da criação do mundo, e a cosmogonia de Heliópolis era apenas uma delas. Cidades como Tebas e Mênfis tinham suas próprias narrativas de criação que muitas vezes incluíam seus deuses locais. No entanto, a cosmogonia de Heliópolis permanece como uma das mais conhecidas e influentes histórias de criação do Egito Antigo.

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